
Quase sempre eu quero fazer tudo. Atravessar a linha do telefone e te alcançar.
Você que está do outro lado e eu não te alcanço, não chego, não sinto a temperatura das tuas intenções. Você, que me pede calma, quando tudo o que eu tenho é pressa para ser redescoberta por tua fome de mim.
Nada aqui torna-te real. Nada aqui silencia os meus desesperos e ansiedades.
Tenho medo de desaparecer antes que você deite as tuas certezas sobre as minhas angustias.
Temo que não sejas real, tanto quanto os meus quereres são.
Há sempre uma urgência de vida entre nós. Da vida que se constitui a partir daquilo que acreditamos ser, a partir daquilo que fazemos por nós. Nunca sobreviríamos se não lutássemos. E até mesmo aqui, onde mora a calmaria das certezas sobre o que sentimos, insistimos por nós, prontos para a guerra.
Sabe quantas vezes nos soltamos? Nunca!
Porque nunca houve força ou contradição capaz de silenciar aquilo que vivemos. Contra fatos não há argumentos – é o que dizem! É o que é. É o que somos – fatos, acontecimentos, toque, calor, inquietude, orgasmos . .
Por: Francielle Santos
(Foto: India Earl)
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