… à você, dos olhos cor do mar de Copacabana a minha terna gratidão por me ensinar a ver a vida e os acontecimentos inesperados nela com tanta leveza. Logo eu, tão dada a intensidades e extremismos, me percebi amadurecer no embalar dos nossos dias calmos. Eu, tão dada a pressas e urgências, me percebi reduzir até a velocidade dos passos, das pedalas aceleradas para atravessar o túnel novo de Botafogo à Copacabana. Eu, que vivia correndo em cada área da minha vida, me peguei sentada na escada da ponta do Leme, com os pés aterrados na areia quentinha a observar as horas, simplesmente, a passar. Eu tinha tanta pressa! E você me trouxe calma. Calma para cada partícula que me faz ser quem eu sou.
… à você, dos olhos que chamo de girassol quando o Sol está de frente, o meu terno carinho. Carinho por cada minuto dedicado em ouvir, falar, silenciar, tocar, transbordar… cada tarde de domingo ensolarado, esquecidos no meio das extensões das areias, sob a trilha sonora do som agitado das águas verdes do mar.. aos livros que lemos juntos, aos beijos que trocamos e silenciamos o mundo.
… à você, dos olhos que me contavam segredos indizíveis, absurdamente ousados e que juntos – tudo era possível. Saudade!
Eu sempre soube que éramos passageiros. E no fundo, era exatamente isso que me fazia não ter pressa, não ter expectativa, não ter uma porrada de nomenclaturas que só segmentam coisas que nunca deveriam ser sequer segmentadas. Há um tipo de amor simples e puro que acontece porque tem que ser, como tem que ser e justamente por isso, ele o é! E nós éramos esse tipo de amor que nasce entre duas pessoas no meio do incerto. Você foi aquele tipo de par certo no momento certo, entende? E é isso que te mantém vivo dentro de algum potinho na minha estante das melhores coisas que vivi.
… à você, por transbordar os melhores dias da minha vida!
Por: Francielle Santos
(Foto: Laura Jennings)
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