
Ocupei os teus vazios com outros amores só para me sentir viva de novo, mesmo sabendo que a única vida que ardia em mim era a sua vida pulsando na minha. Morria a cada orgasmo que não o teu, que não contigo, só para não me petrificar pelos dias que você já nada mais era por aqui. Contei diferentes versões dos nossos contos para o meu travesseiro, com a tola esperança de que ele recebesse minhas lagrimas desesperadas todas as vezes que te vi partir e tinha aquela sensação de que nunca mais te veria de novo. Enumerava itens numa lista infinita na frente do espelho todas as vezes que a resposta deveria ser não e eu te dizia sim, te recebia de novo, te amava de novo como se nunca antes houvesse me cortado com os cacos de tudo o que você quebrou em mim. Não deixei de viver minhas coisas por você, mas sempre estive disposta a deixa-las se você me pedisse. Sempre bastou um vem teu, para que todo o resto perdesse a importância, urgência, prioridade. Nunca reconheci em você o príncipe dos contos de fadas e talvez, eu sempre tenha sido não uma princesa, mas aquela plebeia rebelde que se apaixona justamente pelo cara mau dos filmes. Eu nunca estive satisfeita com o convencional, com o obvio. E você era exatamente a adrenalina que o meu corpo inteiro ambicionava. E talvez, precisamente por isso, você se tornou a minha compulsão. Aquilo, que a gente sabe que a longo prazo vai fazer mal, mas quer a qualquer custo. E eu sempre te quis a qualquer custo, e pago o preço até hoje por isso. Essa abstinência insaciável que faz qualquer outro ser apenas mais um analgésico paliativo, para uma doença crônica que não sara no meu corpo. Você, que é a minha maior dor e o único e verdadeiro antídoto.
Por: Francielle Santos
(Foto: ada)
Excelente! Tuas palavras materializam os sentimentos que expressam.
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esse comentário alegrou meu dia!
Obrigada 🙂
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