e se o nunca antes for agora?

E se eu nunca for quem eu quero ser? E se eu nunca for quem eu acredito precisar ser para ser – feliz? E se essa quem sou nunca deixar de ser? E se eu não ser capaz de ser quem sou aqui, agora, amanhã? E se amanhã eu esquecer quem eu quero ser, quem eu digo que preciso ser? E se esquecida de quem sou ou de quem eu gostaria de ser, me tornar o desconhecido equivocado, errôneo, perdido? E se feita errada for o certo? E se o que julgo ser certo, estiver absurdamente errado? E se não me reconheceres mais? E se eu não saber mais quem sou e logo, não te reconhecer como um dia te reconheci? E se transformada em estranha aceitasse-me como nunca antes? E se o nunca antes for agora?

Por: Francielle Santos

(Foto: Kkathleengbeatty)