
Autora: Marie Kondo
Ano: 2011
Gênero: Auto Ajuda
A arrumação depende de valores pessoais ligados ao modo como cada um deseja viver.
A Mágica da Arrumação
Eu tenho uma grande amiga que sempre que me presenteia tem um propósito real por trás. E este foi um dos livros que ela me deu que tinha um porque e um pra que. Desde muito pequena fui organizada. Minha mãe conta e tem fotos que provam isso, que eu não era uma criança que brincava como todo mundo, eu brincava organizando os meus brinquedos. Processo que sempre foi muito natural.
Já adolescente quando fazia coleção de vestidos para ir para igreja, eu tinha a mania e o prazer de organizá-los por cor e cumprimento, assim como as gavetas com as blusas e todo o resto. O apego a organização da minha parte, também era uma das causas das brigas com meu irmão mais novo e bem bagunceiro até os 15 anos, quando meu pai finalizou a construção da nossa casa e cada um de nós passou a ter o seu próprio quarto. Finalmente, paramos de brigar pelo simples fato dele não bagunçar o ambiente que eu sempre estava.
A organização me seguiu por toda a parte e foi aí que essa minha amiga, sabendo dessa minha habilidade natural se convenceu que eu podia ajudá-la com a mudança da prima, que estava em processo de separação complicado. Outubro do ano passado, lá estava eu, no meio de um apartamento duplex abarrotado de coisas acumulados durante sete anos de casamentos, para categorizar, embrulhar e empacotar. Levei sozinha certa de dez dias para finalizar tudo. E essa minha amiga que trabalhava da mesa da sala de jantar e assistiu todo o processo ficou impressionada com a minha facilidade de executar essa organização, e foi então que ela disse: mas porque você não ganha dinheiro com isso? e eu simplesmente respondi: porque eu não quero correr o risco de empreender outra vez em algo que gosto muito e correr o risco de fracassar! Ela sorriu e disse: daremos um jeito nisso!
Depois dos longos dez dias, quando o caminhão finalmente chegou para recolher as caixas e móveis, ela me presenteou com esse livro. Eu já conhecia a Marie da série Ordem na Casa no Netflix, assim como desde muito nova, sempre fui apaixonada e maratonava sem dó as séries de reforma, desapegos, desing de interiores. Eu sempre gostei de colocar a mão na massa e não nego que me considero um tanto quanto empreiteira. Penso que, essa minha necessidade gritante de não depender de ninguém me leva sempre a tentar fazer as coisas, mesmo que isso signifique que eu tenha que segurar uma furadeira, um cerrote, uma pincel de tinta e etc (e modéstia parte, sou muito boa com as ferramentas no geral!)
A ideia começou a borbulhar na minha cabeça, apesar do receio do fracasso do empreendedorismo. Comecei a pesquisar mais informações sobre o mercado de Personal Organizer, livros, séries e claro que comecei por esse livro em questão. Marie tem uma característica diferente das outras Personal Organizers.
Dentre os meus estudos de caso, eu a considerei como uma guru ou coach (tal como Antony Robbins). Hoje, ela gera mudança de mindset no processo de organização da casa dos clientes. É uma mudança de estilo de vida e não só a aplicação de técnicas e estratégias para ter ambientes organizados e otimizados para o dia a dia. Marie, que honra fielmente valores japoneses faz sempre um ritual em respeito a casa e os objetos, e isso também é, entre outros fatores, o que a torna singular das demais profissionais.
O método dela consiste na seguinte premissa: mantenha apenas as coisas que lhe falam ao coração. E como fazemos isso? Durante o processo de descarte você deve olhar para aquela roupa ou objeto e se perguntar se ela lhe gera alguma alegria; se sim, você a mantém e se não, você agradece e descarta.
E por que o descarte? Marie, acredita que ao longo da vida vamos acumulamos coisas pelo mesmo motivo que comemos – para satisfazer o desejo. Juntamos ao longo da vida uma série de objetos que expiram a validade, ou seja, porque compramos e não gostamos quando chegamos em casa ou esquecemos que temos para usar, ou não serve mais, ou está quebrado/danificado, ou deixamos para depois e o depois nunca chega – como estudar apostilas, ler determinados livros, ou somos apegados ao passado a tal ponto que não nos desfazemos de cartas de ex-namorados(as) por exemplo. E segundo ela, a decisão sobre que tipo de objeto você quer manter é, na realidade, uma definição sobre o tipo de vida que deseja viver.
O que entende-se de modo geral, é que quanto mais você tiver consciente das coisas que você tem, percebê-las continuamente, isso quer dizer, tocá-las sempre, aproveitá-las da melhor forma, melhor você vai se sentir. Por isso, o método dela tem por base o descarte – porque mesmo os que não são acumuladores compulsivos, acumulam itens que não precisam mais.
Sobretudo, é um padrão novo que te leva ao minimalismo e a valorização do que realmente importa. Ela afirma que os nossos pertences descrevem com precisão o histórico das decisões que tomamos na vida. Organizar é um modo de fazer um inventário que nos faz ver aquilo que realmente gostamos. E mais, coisas que possuímos são reais, existem aqui e agora como resultado de escolhas do passado.
O livro também apresenta o passo a passo para começar arrumar a casa: comece com as roupas, depois passe para os livros, papéis, Komono (objetos variados como botões, pilhas, suvenir, etc) e por fim, recordações e itens de valor sentimental.
Marie também orienta a não fazer um pouquinho por vez, mas a focar e se dedicar a arrumar a casa todo de uma vez só, mesmo que isso signifique um cômodo ou categoria de objetos por dia, mas em dias seguidos, até que toda a casa esteja totalmente arrumada e cause o impacto a tal ponto que você não sofra o efeito rebote – que é quando a gente arruma uma área e em poucos dias a bagunça retorna.
Ela também explica o objetivo do seu método, que esta relacionado aos conceitos que norteiam o feng shui que são as forças opostas do yin e yang, bem como os cinco elementos (metal, madeira, água, fogo e terra). O príncipio básico é que tudo tem sua própria energia e cada coisa deve ser tratada de acordo com suas características específicas. Essa filosofia na verdade, consiste em viver em consonância com as regras da natureza .
A vida começa de verdade depois que se põe a casa em ordem.
A Mágica da Arrumação – página 156
Outro principio básico que ela ensina é: “defina um lugar específico para cada coisa uma única vez e coloque-a no seu devido lugar assim que terminar de usá-la“. Para isso, após o descarte, categorização das roupas e objetos, você deve focar na setorização: onde é que cada item vai ser guardado e a partir disso, sempre que usá-lo guardá-lo naquele mesmo lugar. Como podemos concluir mais uma vez, é sobre mudança de comportamento, logo, mudança de estilo de vida!
Por: Francielle Santos
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(Foto da capa: Amazon)
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