
às vezes, eu não sei o que escrever – e isso, coloca em prova a versão de mim em que mais acredito ou que me convenço diariamente a acreditar. quando nada sei dizer: não sei se sou, se existo e se posso ser quem anseio ser. dentre todos os seis pontos do desafio, o mais desafiador está sendo justamente escrever – e beira ser ironia – troquei as malditas fotos diárias [porque detesto tirar fotos de mim mesma], por esse diário virtual e não sei o que dizer, como dizer, pra quem dizer. e mais uma vez percebo-me sabotando com o que mais me importo. ao menos tenho que ser honesta, devo isso há Fran que decidiu mudar os maus hábitos. sinto dores quando me alongo no yoga – a volta é quase como se eu nunca tivesse praticado antes – e por vezes, me percebo cobrando pela minha falta de constância e disciplina lá trás. aliás, eu poderia ter sido constante em muitas outras coisas também, como no meu primeiro blog – meados de 2011, ou com a primeira versão do meu livro todo escrito a punho, ou com aulas de músicas, de espanhol, de italiano. eu deveria ter tido menos medo da queda e arriscado mais com o meu patins, com a prancha de surf, com a natação em si. de repente, me vejo repetindo a sabotagem como de costume. eu seria uma grande de uma hipócrita se dissesse que está fácil arrancar os espinhos da minha carne – depois de um tempo com eles cravados em nós, a gente se acostuma com a dor. ao menos essa é a declaração mais fiel desse momento: eu me acostumei a parar no meio, eu me acostumei com a dor, eu me acostumei com a posição fetal, com o silêncio, com as ausências, com as sombras.
~ mas Ok!
Venci os primeiros quinze dias; ainda faltam sessenta!
Por: Francielle Santos
(Foto: Wattpad)