
Clarice está em silêncio. Fernando, está indiferente. Virginia, está a beira do abismo. Pedro, continua inalcançável. Todos caídos no chão do meu quarto, desdenhando do meu silêncio barulhento que nada diz, nada representa, nada alcança. Os versos não são o que precisam ser. As sentenças são se complementam. As folhas rasgadas não podem me fazer ser, quem eu achei que poderia ser.
Finalmente, cedi a minha relutância de não ler autores antigos. Não era por arrogância ou desdenha, era porque no fundo, eu sempre soube que seria desmascarada por todo eles. Vaiada e atingida por tomates no palco que eu crie pra mim. A cada página que devoro de quem eles são, sou despedida da ideia de que sou alguém que escreve com a pretensão de ser como eles – mas que não é, nunca foi e talvez, nunca será! E é aqui, neste interim entre vergonha e vazio da minha alma, soterrada pelas minhas ambições absurdas e tolas, que eu sou. . .
Sou as palavras que me escapam rapidamente, que fogem de mim, que clamam por algum tipo de abrigo, de reafirmação, de resplandecência.