
E ele estava ali, outra vez, cercando-a como um tigre pronto a dar o bote na presa, no meio da selva que tinha se tornado as suas vidas. Ele a olhava com desejo, que ardia e como ardia em seus olhos. Ele estava a espreita da perfeita oportunidade de tomá-la em seus braços e fazê-la toda sua. Sim. Toda sua! Não a aceitaria em pedaços, por metades. Ele estava cansado de partes. À distância dela, os seus pensamentos pecaminosos e doces a cobriam. E ele se perguntava com curiosidade: como poderia já ter tantos planos para viver com aquela completa estranha?
E ela estava ali, como sempre esteve, a espera do improvável. Do inesperado. pronta para entregar-se, se fosse querida, vista, amada, desejada – i n t e n s a m e n t e, f o r t e m e n t e, p r o f u n d a m e n t e. . . Ela lançar-se-ia invulnerada, ofereceria cada gota de sua existência, cada promiscuidade de seus anseios escondidos, para quem os merecessem. Ela estava ali cheia de vida, calor, fluidos para derramar, encharcar, inundar até ser totalmente preenchida. Era isso, ela estava ali aguardando o transbordar!
Por: Francielle Santos
(Foto: sound cloud)