eu não sou instagramável

Eu não sou instagramável. E talvez, eu até possa me tornar instagramável. No entanto, digo já, preciso deixar essa verdade sair – eu não quero isso pra mim!

Eu não quero ser alguém que vive em favor de deixar os outros contemplarem as suas vidas, seja ela caótica, seja ela próspera, seja ela inteligente. Me dei conta que, talvez, eu nunca seja uma escritora best seller dessa geração – não sei escrever sobre o que as pessoas precisam, sobre o alento que anseiam, sobre a cura que esperam avidamente. Não sei rasgar minhas dores na primeira pessoa – porque isso seria me expor por completo dentro de um universo estranho. Não sei se posso assumir as minhas farsas todas. Não sei se sou capaz de lidar friamente, sem sair do salto, sem borrar o rímel, com a desaprovação, as críticas, as ofensas – porque sim, inevitavelmente, elas virão.

Sobretudo, eu tenho um medo. O maior de todos. O medo de ser outra vez uma boneca de porcelana, só que em outro mundo. Não sei ser tudo o que preciso ser para expandir na galáxia virtual. Não sei se quero isso. Será que faz sentido sangrar em tanque de tubarões? Não é desesperador reconhecer o mundo como um tanque de tubarões? (e isso nem de longe é um drama. e dói. e assusta. e desanima.) Não é surreal viver na medida de 1080 x 1080 ?

Esses dias eu vi a atualização da Alexa – ela agora tenho um corpinho. E eu, nem de longe estou pronta pra isso!

Por: Francielle Santos

(Foto: fur ball)