
Encarei aquele velho reflexo e com firmeza, disse: “Não cometa os erros primários!”
Por vezes, ainda me pego naquela posição de menina inconsequente. Cheia de urgências. Cheia de objeções. Cheia de quereres inegociáveis. Nunca aceitei em mim algum tipo de nomenclatura que revelasse essa eu tão mimada. E me irrita reconhecer que ela sempre esteve aqui. Mimada. Chata para um caralho!
Mas diz no divã, que autoconhecimento é justamente olhar para essas eu’s e dar um jeito nelas. Encará-las. Acolhê-las. Enfrentá-las se preciso.
Não é sobre não ter mais tempo para errar, até porque nem passei da casa dos trinta ainda. Mas a questão aqui é: até quando? Até quando repetir os mesmos erros. Escolher os mesmos caminhos. Repetir os mesmos padrões. Aceitar as mesmas coisas. Até quando?
A verdade é que quanto mais olho para dentro, mais me percebo cansada dessa mesmice. Cansada das mesmas sensações. Cansada dos mesmos argumentos. Cansada das mesmas dores. Cansada dos mesmos orgasmos. Cansada desse mesmo frio.