
e
pulsas
pulsas
pulsas
pulsas
e não reconheço a ti. não reconheço a mim. quem ainda seriámos se … sim! se … se não tentássemos ser tão robóticos. tão animes. tão sãos. e insistimos. sim! porque por vezes, nos resta insistir por continuar os dias. atravessados, por lanças afiadas. engasgados, por espinhos. cansados, com o peso da farsa. ao menos nisso, reconheço, somos impecáveis. sim! impecáveis em mentir, em trair, em não ser. e ser, no fim, o que seria? o que restaria. e restaria? algo que de fato prestasse? algo que te fato fosse real? e estaríamos prontos para encarar o real? fosse no reflexo do espelho. fosse nos olhos do outro. ah… os olhos do outro. sim! eu sei… eu sei que sempre foi esse o problema. insolúvel. incontrolável. injustificável. transponível? procuro crer que sim. quem sabe! sim, quem sabe! talvez, seja necessário um pouco mais de pulso. um pouco mais de força na correnteza para romper as veias. e pulso. sim. sempre a pulsar. é apenas isso que nos resta agora. sim! pulse. pulse um pouco mais. só um pouco mais. e então pare. sim! por favor, pare. e me deixe enfim descansar.
Por: Francielle Santos