
Houveram alguns momentos em que pensei tão claramente, como se houvessem letras escritas no céu azul sem nuvem do verão, uma recomendação, quiçá um conselho, porventura, até uma ordenança que dizia: “você não vai voltar a escrever“. Por um acaso, que nem vou tentar entender, mais cedo, um vídeo pulou no meu Tiktok de alguém que conheci, e por isso, e só por isso parei para dar a devida atenção. Neste vídeo, a convidada disse uma frase que me pegou em cheio, escritores escrevem.
Escritores escrevem.
Escritores escrevem.
Escritores escrevem.
Durante está semana que passou, em um outdoor desses de ponto de ônibus da cidade cinza, uma frase da Adidas: a corrida não precisa de nada, só de você.
A escrita não precisa de nada, só de você.
Talvez, não sejamos aquilo que pensamos ser.
Ou, simplesmente não nos dedicamos com afinco para ser o que pensamos ser. Não tem como ser o que não se pratica. Já diziam por aí que as palavras são, meramente palavras ao vento. Quantas vezes estamos respirando por máquinas de oxigênio, como se estivéssemos vivendo, mas no fim, nada é, nada faz, nada transforma. Passam-se dias, semanas, meses e anos, e restam apenas as palavras soltas por aí.
Ideias nunca tiradas do papel.
Projetos empoeirados nas gavetas.
Sonhos amassados debaixo dos travesseiros.
Até quando?
Até quando?
Até quando?
Por: Francielle Santos